Feudalismo
Inicio e fim
O Império Romano do Ocidente era formado por diversos povos
de culturas diferentes, como os godos, os ostrogodos, visigodos, os vândalos,
anglos, saxões, bárbaros, etc., sendo que boa parte deles eram de origem
romana. Os bárbaros, porém, eram principalmente de origem germânica e não
formavam um grupo homogêneo devido às suas diferenças e rivalidades próprias.
Por volta do século V, esses povos intensificaram os ataques
contra as cidades romanas, enfraquecendo o Império e contribuindo para a
formação dos Reinos Bárbaros, de modo que esse período é tido como marco
inicial da Idade Média, mais precisamente no ano de 476, quando o último
Imperador Romano foi assassinado pelos bárbaros.
O feudalismo foi o sistema político, econômico, social e
cultural predominante na Europa Ocidental durante a Idade Média e se estendeu
até o século XV, onde teve seu fim marcado pela tomada de Constantinopla pelos
turcos em 1453.
Entendendo o feudalismo
Política
Politicamente, feudalismo é marcado pela descentralização do
poder, ou seja, o rei não tinha plena autoridade pelo reino. Isso porque
existia um sistema baseado nos costumes da época onde um senhor feudal fornecia
parte de suas terras a outro nobre, este lhe retribuía com lealdade, proteção,
parte de sua proteção agrícola, dentre outras obrigações. A esse sistema se dá
o nome de suserania e vassalagem, onde o suserano era quem cedia às terras e o
vassalo quem as recebia.
Quando o vassalo recebia as terras, ele passava a ser também
um senhor feudal e poderia ceder parte de suas terras a outro nobre seguindo a
mesma ideologia. Além disso, o senhor feudal tinha plena autonomia sobre seu
feudo, podendo criar e executar as próprias leis, criar a própria moeda e
cobrar impostos, entre outros. Isso tudo sem a intervenção do rei.
Por este motivo, o
sistema de suserania e vassalagem envolvia todos os senhores feudais e explica
a falta a de poder do rei, uma vez que ele mesmo poderia ser considerado um
senhor feudal, com a diferença é todos os outros eram leais a ele e ele não
recebia as terras de ninguém, apenas cedia parte das suas.
Um último ponto sobre a política é que apenas os nobres se
tornavam senhores feudais.
Economia
Era baseada no sistema de subsistência, uma vez que o
comercio entre feudos era perigoso por causa das invasões bárbaras. O pouco que
existia de comércio era baseado na troca de mercadorias, o escambo. Como cada feudo possuía sua própria moeda, a
circulação monetária era pequena.
Aspectos socioculturais
Havia pouca mobilidade social, o que significa que se você nascesse
servo, morreria servo e se nascesse nobre, morreria nobre.
A sociedade era divida em basicamente três classes: clero,
nobreza e plebe; que exerciam poder uma sobre a outra, respectivamente. Além
disso, era extremamente religiosa, o que
justificava o poder da Igreja sobre a nobreza. A igreja detinha todo o poder
intelectual e 1/3 das terras do reino. Para firmar seu poder, a Igreja Católica
criou o Tribunal do Santo Ofício, ou Santa Inquisição, que classificava a todos
os que não seguiam suas doutrinas como hereges e os perseguia.
Abaixo da Igreja está a nobreza, também chamada de
aristocracia (poder na mão da elite),
formada pelos senhores feudais e seus parentes. Os nobres não
trabalhavam, pois o trabalho manual era desvalorizado na Idade Média, restando
a eles as funções de administração, proteção e expansão dos feudos.
Na base da pirâmide social estavam os servos, que forneciam
a mão de obra que sustentava toda a sociedade em troca de proteção e moradia.
Os servos formavam a maior parcela da população e, embora não fossem
considerados escravos, eram impedidos de deixar o feudo e obrigados a pagar
diversos impostos, o que lhes rendia uma condição de vida precária com o mínimo
para subsistirem.
À margem da sociedade existiam outros grupos de pessoas como
os vilões, que serviam ao senhor feudal sem estarem ligados ao feudo, e os
comerciantes.
Em resumo, a sociedade feudal funcionava da seguinte
maneira: a Igreja intercede pelos homens perante Deus, os nobres cuidam dos
feudos e os servos (plebe) trabalha.